10/10/12

História: Eternamente


Hoje resolvi fazer algo diferente! O meu computador está cheio de ficheiros com histórias que infelizmente, nunca consegui acabar. Hoje resolvi publicar um pequeno excerto de uma delas para ver se conseguiria ganhar inspiração se ela fizesse algum ''sucesso'' entre vocês. Apesar de tudo, espero realmente que gostem.  :)







Eternamente











"Subitamente, olhou dentro dos olhos dele e soube: era ali que ela pertencia. Todo o seu ser reclamava a presença dele, desejando que aquela sensação provocada pela sua presença nunca terminasse. Agora sim, ela sabia: conhecia o mais puro e verdadeiro dos amores e, apesar das dificuldades, sabia que tudo tinha valido e pena e continuaria a valer se isso significaria ficarem juntos e alcançarem a felicidade unidos por esse sentimento. Estendeu a mão para pegar na dele e a apertou suavemente, dando de seguida um singelo sorriso demonstrando que tudo ficaria bem a partir daquele momento. Já ele, retribuiu o sorriso com uma pequena gargalhada emocionada, envolvendo-a com os braços de seguida, num abraço carinhoso que ficaria nas suas memórias
 eternamente."



Sentada num banco de jardim, com o livro aberto sobre as mãos e a mais concentrada expressão de todas, estava a aclamada Evangeline LoCourier. Todos os solteiros da cidade, de qualquer classe social, desejavam desposa-la, mas ela parecia demasiado rebelde para casar algum dia. Alguns diziam que era a rebeldia, outros diziam que era demasiado esperta, havia ainda os que afirmavam que não desposava para provocar os familiares. Verdade era que Evangeline continuava solteira aos 21 anos o que não era, naturalmente, normal.
            Apesar de todos os mexericos em seu redor, lá estava ela, como muitas vezes estava, lendo páginas e páginas de livros que pareciam não ter fim, tentando desvendar os mistérios de cada página virada, ansiando uma nova para continuar a envolvente história.

***

Certo dia, passeava pelo bosque, caminhando em direcção do riacho que tanto gostava de apreciar enquanto lia e onde gostava de tomar pequenos banhos para se refrescar. Ao mesmo tempo que andava, segurando as pontas do vestido, levemente esfarrapado nas bainhas e sujo dos trabalhos que ela fazia como camponesa, cantarolava uma música alegre, com um pequeno sorriso, meio alheia do mundo e do que se passava em sua volta.
Ao chegar perto do riacho, olhou em volta, certificando-se que não existia ninguém, tirando de seguida o vestido e ficando de roupa interior, simplesmente sentindo-se feliz e livre por tomar essa atitude. Entrou devagar no riacho, molhando primeiro os pés, depois os tornozelos, subindo assim pelo corpo esbelto e branco, até ficar molhada até à cintura. Como era um pequeno riacho, Evy deixou-se cair para trás, ficando a boiar na pouca extensão de água existente.
Estava tranquilamente gozando da sua solidão quando ouviu uma voz, perto de si, acompanhada com o barulho de cascos de cavalo.
- A água está agradável? – Falou-lhe uma voz masculina, rouca e que não reconhecia como sendo de alguém que conhecia da cidade.
Sobressaltada Evy sentou-se no riacho, colocando as mãos sobre o tórax  deixando-se ficar debaixo de água, tentando tapar o melhor possível o seu corpo semi-nu. Olhou o rapaz que falara, erguendo uma sobrancelha, interrogativa, analisando-o desde o seu cabelo preto, um pouco mais comprido que o normal nos homens da cidade, pelos seus olhos castanhos vivos, passando pelas roupas de cavaleiros, até ao próprio cavalo em si.
- Gentil senhor, não é próprio dos senhores abordarem assim uma senhora, ainda mais quando ela se encontra numa posição nada favorável. – falou ela com uma delicadeza na voz e um pequeno sorriso florescendo dos lábios.
Ele sorriu, deixando-a uns segundos sem fôlego  só de observar as feições dele acompanhadas daquele sorriso que parecia, ao mesmo tempo, irradiar calor sobre ela.
- Estava apenas a fazer uma pergunta, senhorita. Não leve a mal mas não é costume ver senhoritas da sua categoria por estes lados… muito menos banhando-se no riacho… - ele olhou de relance para o corpo dela submerso na água - …muito menos nas condições que se encontra neste momento.
Evy corou, apesar de todos os seus esforços, desviando o olhar do dele antes de falar:
- Será que poderia dar-me licença para eu me poder vestir, gentil cavaleiro?
O rapaz girou sobre si próprio, deixando-se ficar assim enquanto ela saia lentamente do riacho, sempre certificando-se que ele continuava na mesma pose. Apesar do corpo molhado, vestiu o seu vestido, prendendo o cabelo com um ramo de uma árvore que achara ali, indo depois delicadamente até ele, sorrindo, agora mais aliviada por estarem numa posição mais semelhante. Ela ficou no mesmo lugar, olhando as costas dele, apenas esperando que ele finalmente se virasse de novo para ela. Quando ele não o fez, Evy soltou uma gargalhada baixinha e tocou com o dedo indicador no ombro dele, devagar, ao mesmo tempo que falava:
- Senhor, não sei que senhoritas você anda esperando se vestirem mas posso dizer com certeza que elas estão demorando o dobro do tempo necessário. - Evy sorriu, vendo-o virar-se, ficando aliviada quando viu que ele também sorriu, sentindo a respiração falhar uns instantes. Eram sensações que nunca tinha sentido e, como reflexo, desviou o olhar do dele, olhando para o chão uns instantes, respirando fundo depois, antes de voltar a aguentar o olhar dele sobre si.
- O meu nome é Bernard....senhorita. - Bernard falou com um brilho no olhar, estendendo a mão para ela, a qual demorou uns instantes antes de colocar a sua própria mão na dele, observando-o depois enquanto ele beijava as costas da sua mãos, delicadamente, fazendo um pequeno choque percorrer o seu corpo com ponto central no lugar onde os lábios dele tocaram a sua pele - E quem devo ter a honra de conhecer? 
Só nesse momento Evy raciocinou que seria o momento de ser apresentar. Dando um pequeno sorriso, falou simplesmente:
- Evangeline. Evangeline LoCourier...

To be continued...


E pronto, é isto! :D

Nota: Todas as imagens apresentadas são autoria de outros. Eu apenas as utilizei.

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