Hoje resolvi fazer algo diferente! O meu computador está cheio de ficheiros com histórias que infelizmente, nunca consegui acabar. Hoje resolvi publicar um pequeno excerto de uma delas para ver se conseguiria ganhar inspiração se ela fizesse algum ''sucesso'' entre vocês. Apesar de tudo, espero realmente que gostem. :)
Eternamente
"Subitamente, olhou dentro dos olhos dele
e soube: era ali que ela pertencia. Todo o seu ser reclamava a presença dele,
desejando que aquela sensação provocada pela sua presença nunca terminasse.
Agora sim, ela sabia: conhecia o mais puro e verdadeiro dos amores e, apesar
das dificuldades, sabia que tudo tinha valido e pena e continuaria a valer se
isso significaria ficarem juntos e alcançarem a felicidade unidos por esse
sentimento. Estendeu a mão para pegar na dele e a apertou suavemente, dando de
seguida um singelo sorriso demonstrando que tudo ficaria bem a partir daquele
momento. Já ele, retribuiu o sorriso com uma pequena gargalhada emocionada,
envolvendo-a com os braços de seguida, num abraço carinhoso que ficaria nas
suas memórias
eternamente."
Sentada num
banco de jardim, com o livro aberto sobre as mãos e a mais concentrada
expressão de todas, estava a aclamada Evangeline LoCourier. Todos os solteiros
da cidade, de qualquer classe social, desejavam desposa-la, mas ela parecia
demasiado rebelde para casar algum dia. Alguns diziam que era a rebeldia,
outros diziam que era demasiado esperta, havia ainda os que afirmavam que não
desposava para provocar os familiares. Verdade era que Evangeline continuava
solteira aos 21 anos o que não era, naturalmente, normal.
Apesar
de todos os mexericos em seu redor, lá estava ela, como muitas vezes estava,
lendo páginas e páginas de livros que pareciam não ter fim, tentando desvendar
os mistérios de cada página virada, ansiando uma nova para continuar a
envolvente história.
***
Certo dia,
passeava pelo bosque, caminhando em direcção do riacho que tanto gostava de
apreciar enquanto lia e onde gostava de tomar pequenos banhos para se
refrescar. Ao mesmo tempo que andava, segurando as pontas do vestido, levemente
esfarrapado nas bainhas e sujo dos trabalhos que ela fazia como camponesa,
cantarolava uma música alegre, com um pequeno sorriso, meio alheia do mundo e
do que se passava em sua volta.
Ao chegar
perto do riacho, olhou em volta, certificando-se que não existia ninguém,
tirando de seguida o vestido e ficando de roupa interior, simplesmente
sentindo-se feliz e livre por tomar essa atitude. Entrou devagar no riacho,
molhando primeiro os pés, depois os tornozelos, subindo assim pelo corpo
esbelto e branco, até ficar molhada até à cintura. Como era um pequeno riacho,
Evy deixou-se cair para trás, ficando a boiar na pouca extensão de água
existente.
Estava
tranquilamente gozando da sua solidão quando ouviu uma voz, perto de si,
acompanhada com o barulho de cascos de cavalo.
- A água está
agradável? – Falou-lhe uma voz masculina, rouca e que não reconhecia como sendo
de alguém que conhecia da cidade.
Sobressaltada
Evy sentou-se no riacho, colocando as mãos sobre o tórax deixando-se ficar debaixo
de água, tentando tapar o melhor possível o seu corpo semi-nu. Olhou o rapaz
que falara, erguendo uma sobrancelha, interrogativa, analisando-o desde o seu
cabelo preto, um pouco mais comprido que o normal nos homens da cidade, pelos
seus olhos castanhos vivos, passando pelas roupas de cavaleiros, até ao próprio
cavalo em si.
- Gentil
senhor, não é próprio dos senhores abordarem assim uma senhora, ainda mais
quando ela se encontra numa posição nada favorável. – falou ela com uma
delicadeza na voz e um pequeno sorriso florescendo dos lábios.
Ele sorriu,
deixando-a uns segundos sem fôlego só de observar as feições dele acompanhadas
daquele sorriso que parecia, ao mesmo tempo, irradiar calor sobre ela.
- Estava
apenas a fazer uma pergunta, senhorita. Não leve a mal mas não é costume ver
senhoritas da sua categoria por estes lados… muito menos banhando-se no riacho…
- ele olhou de relance para o corpo dela submerso na água - …muito menos nas
condições que se encontra neste momento.
Evy corou,
apesar de todos os seus esforços, desviando o olhar do dele antes de falar:
- Será que
poderia dar-me licença para eu me poder vestir, gentil cavaleiro?
O rapaz girou
sobre si próprio, deixando-se ficar assim enquanto ela saia lentamente do
riacho, sempre certificando-se que ele continuava na mesma pose. Apesar do
corpo molhado, vestiu o seu vestido, prendendo o cabelo com um ramo de uma árvore
que achara ali, indo depois delicadamente até ele, sorrindo, agora mais
aliviada por estarem numa posição mais semelhante. Ela ficou no mesmo lugar, olhando as costas dele, apenas esperando que ele finalmente se virasse de novo para ela. Quando ele não o fez, Evy soltou uma gargalhada baixinha e tocou com o dedo indicador no ombro dele, devagar, ao mesmo tempo que falava:
- Senhor, não sei que senhoritas você anda esperando se vestirem mas posso dizer com certeza que elas estão demorando o dobro do tempo necessário. - Evy sorriu, vendo-o virar-se, ficando aliviada quando viu que ele também sorriu, sentindo a respiração falhar uns instantes. Eram sensações que nunca tinha sentido e, como reflexo, desviou o olhar do dele, olhando para o chão uns instantes, respirando fundo depois, antes de voltar a aguentar o olhar dele sobre si.
- O meu nome é Bernard....senhorita. - Bernard falou com um brilho no olhar, estendendo a mão para ela, a qual demorou uns instantes antes de colocar a sua própria mão na dele, observando-o depois enquanto ele beijava as costas da sua mãos, delicadamente, fazendo um pequeno choque percorrer o seu corpo com ponto central no lugar onde os lábios dele tocaram a sua pele - E quem devo ter a honra de conhecer?
Só nesse momento Evy raciocinou que seria o momento de ser apresentar. Dando um pequeno sorriso, falou simplesmente:
- Evangeline. Evangeline LoCourier...
To be continued...
E pronto, é isto! :D
Nota: Todas as imagens apresentadas são autoria de outros. Eu apenas as utilizei.
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