23/10/13

Opinião ''A Travessia'' de Wm. Paul Young

A Travessia
Autor: Wm. Paul Young
Editora: Porto Editora
Rating no Goodreads (Geral):  3,95 estrelas
Meu Rating no Goodreads:  3 estrelas

Sinopse: Depois de A Cabana, a história da transformação de um homem, numa viagem entre o Céu e a Terra.
Anthony Spencer é um empresário de sucesso, um homem orgulhoso e egocêntrico que não olha a meios para conseguir os seus objetivos. Um dia, o destino prega-lhe uma partida: um AVC deixa-o nos cuidados intensivos, em estado de coma.
Entre a vida e a morte, Anthony vê-se num mundo que espelha a dor e a tristeza que tem dentro de si. Confuso, sem compreender exatamente onde está e como foi ali parar, viaja pela sua consciência para compreender quem realmente é e descobrir tudo o que tem perdido ao longo da vida: a esperança, a amizade genuína e o amor verdadeiro, sentimentos que há muito o seu coração deixara de sentir.
Em busca de uma segunda oportunidade, Anthony fará uma jornada de redenção e encontro com o seu verdadeiro ser.

Opinião: Recebi este livro da Porto Editora e confesso que nunca tinha ouvido falar do autor ou mesmo do livro anterior antes de receber o e-mail da editora. Prontamente decidi aceitar o desafio de ler este livro e dar a minha opinião sobre o mesmo.

Confesso que não tinha expectativas formadas, o que pode ter sido bom para explicar a maneira como decorreu a leitura do livro. Primeiro de tudo devo referir que sou uma leitora que não é de todo fã de descrições. Sou bem mais apologista de um bom diálogo do que de uma descrição pormenorizada de um ambiente, por mais belo que este seja. Por essa mesma razão o início do livro foi complicado para mim visto termos algumas páginas que nem uma frase de diálogo tinham. Contudo, à medida que a história foi avançando e foram sendo introduzidas novas personagens, especiais em todos os sentidos, o livro foi-se tornando mais e mais viciante até me fazer querer ler o mais que conseguisse para saber qual seria o desfecho do personagem principal, Tony. Tenho que vos dizer que nas últimas páginas correram verdadeiras lágrimas pelo meu rosto de tão profundas que foram as emoções descritas pelas palavras de Young.

O personagem principal personifica alguém que é, no termo correcto, egocêntrico. Tony é alguém que, devido a circunstâncias da vida, deixou de acreditar quer no amor quer em qualquer entidade religiosa. Tornou-se egoísta e concentrado apenas em si e nos seus negócios. Um das particularidades deste livro é utilizar metáforas para descrever algumas situações e neste caso o coração de Tony é descrito de uma forma peculiar mas bastante adequada. Durante todo o livro vemos Tony a tentar reconstruir esse seu mundo existente no coração e a tentar alcançar objectivos que não conseguiu quando ainda podia, isto é, quando era mais do que um corpo em coma e uma alma à deriva.

Outros personagens especiais na história são Maggie, a enfermeira que vai acompanhar, mais que ninguém, Tony nesta sua jornada, Cabby, o menino com Síndrome de Down que vê o mundo à sua maneira, Molly, a mãe desesperada de duas crianças, Lindsay, a menina que está à espera de um milagre e Clarence o padre/polícia que vai ter um papel essencial na história. Além desses temos ainda Jesus, Jack, a Avó e a menina dançante que fazem parte do mundo ''imaginário'' de Tony. Todos eles dão o seu toque à história e tornam-na, acima de tudo, especial.

Portanto, como já devem ter-se apercebido, eu gostei muito da história. Aquele gostar que me tocou de tal modo que me fez ficar com lágrimas nos olhos nos momentos finais. Relacionei-me um pouco com cada personagem e tive pena de as deixar com aquele final tão...vago! Será que foi de propósito porque vai haver continuação ou simplesmente porque Young quer apelar à imaginação do leitor? Não sei, sinceramente!

Com uma escrita fluída e simples, este livro aborda muito mais que religião e acreditem que se gostam de histórias profundas e tocantes, com certeza este será o vosso tipo de livro. Aconselho a todos, apesar de saber que muita gente não aguentaria este tipo de leitura...Deixo-vos um apelo, depois desta leitura emocionante: nunca deixem de amar, no momento em que perderem o amor (de qualquer forma) acreditem que se perderam para sempre...

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