Opinião ''A Culpa é das Estrelas'' de John Green

A Culpa é das Estrelas

Autor: John Green

Editora: Edições ASA

Sinopse: Apesar do milagre da medicina que fez diminuir o tumor que a atacara há alguns anos, Hazel nunca tinha conhecido outra situação que não a de doente terminal, sendo o capítulo final da sua vida parte integrante do seu diagnóstico. Mas com a chegada repentina ao Grupo de Apoio dos Miúdos com Cancro de uma atraente reviravolta de seu nome Augustus Waters, a história de Hazel vê-se agora prestes a ser completamente rescrita.

PERSPICAZ, ARROJADO, IRREVERENTE E CRU, A Culpa é das Estrelas é a obra mais ambiciosa e comovente que o premiado autor John Green nos apresentou até hoje, explorando de maneira brilhante a aventura divertida, empolgante e trágica que é estar-se vivo e apaixonado.

Opinião: Ganhei este livro depois de muito esforço num passatempo no facebook. Já tinha ouvido falar sobre ele pelas boas opiniões que existiam e estava curiosa por saber do que tratava. Além disso, quer o título quer a bonita capa fascinaram-me e deixaram-me ansiosa por pegar nele para o devorar. Apesar disso não tinha consciência do que era suposto advir desta história, apenas sabendo que se tratava duma história sobre cancro e que muita gente se tinha emocionado com ela.

Comecei a ler este livro no sábado passado e, por ser uma leitura fácil e simples, devorei-o em três dias. Apaixonei-me pelo enredo, ficando cada vez mais curiosa sobre o que era suposto esperar ao longo do livro. Confesso que tinha altas expectativas que foram, de uma maneira geral, correspondidas. Posso dizer que me senti um bocadinho deslocado porque, ao contrário do que muita gente dizia, não derramei lágrimas infinitas com este livro, fiquei emocionada algumas vezes, com a lágrima no canto do olho mas não chegou às lágrimas de sofrimento.

Apesar do autor afirmar que este livro é uma peça de ficção, ao longo da leitura não podemos deixar de pensar que existem muitos jovens que se encontram na mesma situação de Hazel, sem saber quando será a sua última respiração profunda antes de serem levados pelo cancro que os atormenta. Esta história começa num momento em que a Hazel, apesar de mais ou menos estabilizada tem a sua vida dependente de uma botija de oxigénio a qual tem de carregar para todo o lado. Contudo, a vida pacata de Hazel irá mudar quando ela conhecer Augustus, ou Gus e se apaixonar por ele, apesar de não querer.

Com estes dois aprendemos que o amor é importante mesmo que no fundo achemos que não é para durar. Hazel quase cometeu o erro de não se entregar o amor por causa da sua doença mas, felizmente, decidiu que o amor vale sempre a pena, mesmo que os momentos que passemos com a outra pessoa sejam escassos....desde que sejam alguns, são sempre valiosos. Gostei muito da Hazel e da força que ela foi demonstrando ao longo do livro, apesar de também nos dar a conhecer a sua parte mais frágil e afectada em relação à doença. Gus conquistou-me com o seu sorriso travesso, com os seus cigarros por fumar e com a cumplicidade que tinha com Hazel. Os dois formaram um par bastante peculiar mas, acima de tudo, adorável. Contudo, o destino é cruel e não deixou o amor viver durante muito tempo....mas se querem saber mais, aconselho a lerem o livro!

A viagem a Amesterdão dos dois foi querida e o facto deles se terem unido de uma maneira tão intensa por causa de um livro foi também adorável! Gosto muito da paixão da Hazel pelos livros porque sinto que partilho isso com ela.

Outro personagem importante para o livro foi Isaac. O menino que teve cancro nos olhos que, horrivelmente, o fez acabar cego. Esta personagem é o melhor amigo de Gus e acaba por se tornar também amigo de Hazel. Juntos, ajudam-no a ultrapassar o drama e o choque que é ficar cego e são um apoio para que Isaac consiga manter-se forte nesta fase da vida. Acho que com esta personagem temos consciência do valor da amizade e em como ela é essencial em alguns momentos da vida.

O livro é de leitura fácil e faz-nos mergulhar num mundo de sofrimento que aos poucos se transforma num mundo de amor. Para quem gostar de temas profundos e significativos, aconselho este livro porque nos toca de uma maneira intensa. Apesar de não ter chorado como muitos disseram fiquei emocionada com a história e com a força de Hazel.

Aconselho a todos em qualquer altura, mas preparem-se para pegar nele e não conseguir largar, como me aconteceu.